sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A dieta do bispo.


"Se o Estado cede, o Estado acaba."
(presidente Luís Inácio Lula da Silva)

Uma das polêmicas que passaram em branco neste blog, nessas semanas sem posts, foi a greve da fome do bispo baiano. Não pretendo retomar tudo que podia ter sido assunto aqui, mas particularmente este episódio gostaria de comentar. Me desculpem se isso já deu o que tinha que dar...

Pouquíssimas pessoas têm, ao mesmo tempo, posição tomada e clareza sobre a questão da transposição do Rio São Francisco. Algumas têm só posição tomada, outras só clareza, mas na maioria dos casos não se tem nem um nem outro. É aí que me enquadro, por isso não pretendo discutir agora, nem a faceta ambiental, nem a social, nem a econômica, nem a política do problema. Mas quem tiver o que esclarecer sinta-se à vontade.

Bem, quero falar exclusivamente sobre a postura do bispo. Pela segunda vez este representante da Igreja Católica, instituição que muito contribuiu com os avanços na história recente do país, optou por uma manobra chantagista de comoção para pressionar o governo e buscar atingir seus objetivos.

Mesmo se representando a posição de um grupo, a greve adotada é uma forma de luta individual e, portanto, seria inexpressiva se não ganhasse visibilidade através do espetáculo que é a possibilidade do “governo Lula ser marcado pela morte de um trabalhador”.

Independente da luta, a organização coletiva (fora a via institucional) é a única forma aceitável de pressão e negociação. E para isso a Igreja Católica tem um enorme potencial (que já foi usado, e com sucesso), afinal quem mais no Brasil tem o poder de infiltração nas comunidades que ela tem?

A organização da sociedade é fundamental para a construção da democracia participativa e é lamentável ver um dos fortes atores do país desprezar seu potencial optando pela chantagem individual.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Feliz 2008.


Depois de um longo recesso estamos voltando ao ar e, antes de tudo, deixo os votos do Voz Chinfrim de um bom 2008 para vocês e para nosso país.

São essas as nossas sinceras expectativas. De verdade. Mas a mesma sensação, de que parte dos nossos formadores de opiniões torcem para o Brasil não dar certo, mostra-se renovada e cheia de vida nesse ano que começa.

É impressionante. Basta acompanhar por uma semana os grandes portais de notícia na internet para perceber o tom de “mau olhado” com que noticiam os fatos sobre nosso país e sobre nosso continente.

Na semana passada uma fabrica indiana lançou “o carro mais barato do mundo”. Um carro de menos de R$ 5.000,00. A repercussão nos jornalões por aqui foi “se o carro mais do mundo chegasse ao país, Brasil sofreria apagão no transito”! Sinceramente? Brincadeira, não é?

A cobertura sobre os casos de febre amarela é feita com a mesma ótica. A próxima confirmação de um novo caso parece tão aguardada como o próximo título da Copa.

E a cobertura sobre a economia? Eu vi Jornal Hoje, na terça-feira, 1º de janeiro. Parecia que nos dias em que eu fiquei fora do ar, nas festas de fim de ano, o Brasil tinha quebrado. As previsões para 2008 eram terríveis (quase tanto quanto a retrospectiva). Tudo muito bem resumido e representado pelo retrato da Inflação.

Tem também a crise no setor energético mas essa, embora tenha ganhado mais visibilidade agora, essa torcida não é nenhuma novidade.

Enfim, é de perder o apetite. Mas não as esperanças. Que todas essas previsões se frustrem e que esse país de certo! Feliz ano novo e tudo de bom.