terça-feira, 4 de dezembro de 2007

É sim ou não, e pronto?


Quando fazemos uma pergunta simples e objetiva, não raro a resposta obtida é “depende”. Depende, uai? Depende de um monte de coisa, depende de quando, onde e como. Se a pergunta é composta e complexa então, aí é que a coisa complica.

No último fim de semana, os venezuelanos foram perguntados, em plebiscito nacional, se queriam reformar sua constituição. Depende. Isso implicaria (dentre mil outras coisas) em proibir latifúndios e em reduzir a jornada de trabalho de 40 para 36 horas. Mas também implicaria em por fim na obrigatoriedade do rodízio no poder.

No último mês, as universidades brasileiras foram perguntadas se queriam ser expandidas, aderindo ao REUNI. Depende. Isso implicaria (por exemplo) em superar o inexpressivo número de 9 mil doutores formados por ano no país e em elevar a oferta de educação superior para pelo menos 30%(!) dos jovens. Mas também estariam abertas as possibilidades de retrocesso qualitativo, uma vez que o plano federal deixa brechas para tal.

Como se posicionar diante desses processos, essencialmente progressistas, mas enxertado de brotos de regresso?

De fato, eu não tenho resposta (não, não era só uma pergunta retórica). Mas temo que bradar “não” contra esses projetos, seja “jogar fora a criança junto com a água do banho”.

Reconheço que vivemos uma séria dificuldade de transmissão de informação – tipo uma brincadeira de “telefone sem fio” que nunca dá certo – e que nessa situação seja difícil responder “em termos”. Mas deve haver um meio de separar as coisas: isto “sim”, isso “não”.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Saber perder!


Não achei imagem melhor para falar em derrota. Embora meu assunto não seja diretamente sobre futebol, ou sobre o Corinthians.
Saber perder é um dom. Muito maior do que saber ganhar. A derrota, muitas das vezes, traz com ela sentimentos de incapacidade e frustração. O objetivo quando não alcançado nos coloca pra baixo, sem rumo, cheio de incertezas. Mas é um momento necessário. Saber lidar com tudo isso é valioso, embora complicado. Na derrota nos sentimos sozinhos, por mais que isso não ocorra.

Entre vitórias e derrotas passamos por vários desafios. Esse fim de semana muita gente perdeu. O Chávez perdeu. A primeira derrota eleitoral desde 1998. Derrota em um momento fundamental, com propostas que rompiam com a estrutura. Mas perdeu. Como um bom perdedor reconheceu a vontade popular, primou pela democracia. Dentro da derrota um belo exemplo de liderança, característico de vencedores.

“vivendo e aprendendo a jogar. Vivendo e aprendendo a jogar. Nem sempre ganhando nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar.”